quarta-feira, 8 de junho de 2011

Conversando sobre o Vôlei Sentado

 Fernanda Venturini (ex-jogadora da Seleção Olímpica), Bernardinho ( Técnico da Seleção Olímpica)  e o jogador da Seleção Paraolímpica Mauro Vilarinho falam sobre o vôlei sentado.




"Ponto-chave é a locomoção
O vôlei sentado possui aspectos semelhantes ao vôlei convencional. Trabalha-se com os mesmos fundamentos, como saque, recepção, levantamento, ataque, bloqueio e defesa. Possui quatro sets de 25 pontos corridos e o 5º set (tie-break) de 15 pontos corridos. O desafio está diretamente ligado ao deslocamento. Por isso, têm mais facilidade os praticantes amputados de algum dos membros, principalmente inferiores. Também jogam atletas com má formações e sequelas de doenças diversas, como a poliomielite.
Flávio Reitz, 23 anos, que o diga. Amputado de uma perna, se surpreendeu com a própria capacidade de locomoção ao solo. “Eu mesmo não me imaginava com essa facilidade. Durante o jogo, o nosso movimento inclui caminhar com as mãos, se arrastando no chão, e realmente um amputado tem mais agilidade para desenvolver. Se não há tanta desenvoltura de locomoção ao solo, há o risco inclusive de se machucar,” explica.
Paratleta há dois anos e meio, passando por modalidades, como handebol, basquete e atletismo, Flávio foi incentivado por Tomaz a participar da clínica e, até então, não tinha conhecimento da modalidade. Mas acha importante passar por essa nova vivência. “Isso possibilita desenvolver o paradesporto de um modo geral,” complementa.
A professora de Educação Física Marisa Ferreira, 38 anos, também desconhecia o vôlei sentado. Integrante do quadro de atletas do paradesporto de Itajaí também há dois anos e meio, praticando atletismo e handebol, a professora destaca que esta não é uma modalidade das mais fáceis. “É muito técnico, e para aqueles que pouco tiveram contato com o vôlei convencional, a dificuldade com certeza será maior,” comenta.
Mas nesse quesito, Marisa conseguiu tirar de letra. Antes de sofrer uma neuropatia tibial (paralisia do nervo tibial), em 2004, a professora já tinha contato com o vôlei convencional, e isso acabou facilitando a sua dinâmica do jogo. Para ela, o ponto mais complicado foi a locomoção. “Você vê a bola caindo, e tem aquela pressa de se deslocar. Como possuo uma deficiência mínima na perna, isso acaba dificultando um pouco. Você tem todo o peso do corpo pra carregar, então o movimento para chegar até a bola fica mais lento,” comenta.
O paratleta Willian Saulo de Andrade, 17 anos, também teve essa percepção. Treinando há três meses na FME, Willian não pode participar do jogo tático, pois a paralisia súbita sofrida há um ano e meio, não possibilita o equilíbrio na coluna para permanecer sentado. Em virtude disso, participou da primeira parte da clínica, com os conhecimentos teóricos e ficou como expectador do treino. “Dá para perceber que os atletas amputados realmente tiveram uma facilidade de deslocamento, se comparado àqueles que possuem outras deficiências,” ressaltou. "
Fonte: Apostila
Clínica Voleibol Parolímpico-ABVP

Nenhum comentário:

Postar um comentário