O remédio é prevenir
Especialistas discutem em congresso novas tendências para tratamento da hipertensão
Por: André Marques
Publicado em 30/08/2006 | Atualizado em 19/10/2009
No Brasil, 30% da população é hipertensa, e esse índice sobe para 50% entre pessoas com mais de 65 anos, segundo dados do Ministério da Saúde. Para piorar, estima-se que cerca de 15 milhões de hipertensos ignorem sua condição e que apenas 7 milhões estejam se tratando. O dado é alarmante, quando se sabe que as doenças cardiovasculares foram responsáveis por cerca de 270 mil óbitos no país em 2002, quase o dobro de mortes por todos os tipos de câncer.
A prevenção é especialmente importante no caso da hipertensão, um dos maiores problemas de saúde pública do século 21: este é o terceiro principal fator de risco associado à mortalidade no globo, perdendo apenas para desnutrição e Aids, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Até 2010, estima-se que as doenças cardiovasculares serão a principal causa mortis nos países em desenvolvimento. Para complicar, 45% dos profissionais de saúde do planeta não estão aptos a lidar com o problema, segundo a OMS.
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Especialistas apontam que a conscientização para o problema da hipertensão deve ser uma preocupação cada vez mais presente, em um contexto no qual é cada vez mais difícil manter uma vida saudável. “A insegurança nas áreas urbanas reduziu espaços para a recreação infantil, e os brinquedos tecnológicos ganharam terreno, incentivando o sedentarismo”, afirmou a pediatra Neiva Leite em uma conferência apresentada no congresso. “Além disso, houve substancial aumento no consumo de alimentos nem sempre saudáveis e redução do gasto da energia consumida”. Esse quadro explica o crescimento dos casos de hipertensão e doenças cardiovasculares entre crianças e jovens. De acordo com a médica, para reduzir o risco de morte, o ideal é que o indivíduo queime semanalmente pelo menos 2 mil kcal em atividade física.
A preocupação com a dieta também não pode ser deixada de lado. A endocrinologista Sandra Ferreira, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), citou um estudo recente que propõe redução de carboidratos e aumento proporcional de gordura insaturada visando uma dieta balanceada, que não altere a pressão. Em alguns casos, a dieta mais aceita hoje (rica em carboidrato e pobre em gordura) causa discreta hipertensão. Mas o estudo, em andamento, ainda não pode ser tomado como definitivo. Fato é que se deve consumir fibras e evitar gorduras saturadas e trans .
Na opinião da nutricionista Neide de Jesus, a alimentação saudável associada a exercícios é mais eficaz que o uso de produtos processados. Em sua conferência, ela defendeu a ingestão de vitaminas por meio de tubérculos e cereais e não por meio de pílulas. A propósito, ela lembrou uma citação clássica de Hipócrates (460 a.C.-377 a.C.): “Que seu alimento seja seu medicamento e que seu medicamento seja seu alimento!”.
André Marques Especial para a CH On-line / PR
30/08/2006
A preocupação com a dieta também não pode ser deixada de lado. A endocrinologista Sandra Ferreira, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), citou um estudo recente que propõe redução de carboidratos e aumento proporcional de gordura insaturada visando uma dieta balanceada, que não altere a pressão. Em alguns casos, a dieta mais aceita hoje (rica em carboidrato e pobre em gordura) causa discreta hipertensão. Mas o estudo, em andamento, ainda não pode ser tomado como definitivo. Fato é que se deve consumir fibras e evitar gorduras saturadas e trans .
Na opinião da nutricionista Neide de Jesus, a alimentação saudável associada a exercícios é mais eficaz que o uso de produtos processados. Em sua conferência, ela defendeu a ingestão de vitaminas por meio de tubérculos e cereais e não por meio de pílulas. A propósito, ela lembrou uma citação clássica de Hipócrates (460 a.C.-377 a.C.): “Que seu alimento seja seu medicamento e que seu medicamento seja seu alimento!”.
André Marques Especial para a CH On-line / PR
30/08/2006
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